CANTO I
XXIX
Barbárie foi (se crê) da antiga idade
A própria prole devorar nascida;
Desde que essa cruel voracidade
Fora ao velho Saturno atribuída:
Fingimento por fim, mas é em verdade
Invenção do diabólico homicida,
Que uns cá se matam, e outros lá se comem:
Tanto aborrece aquela fúria ao homem.
CANTO II
XXVI
Acesa luz na lôbrega caverna,
Vê-se o que Diogo ali da nau levara;
Roupas, armas, e, em partes mais interna,
A pólvora em barris, que transportara,
Tudo vão vendo à luz de uma lanterna,
Sem que o apeteça a gente nada avara,
Ouro, e prata, que a inveja não lhe atiça:
Naçao feliz! que ignora o que é cobiça.
CANTO VII
XXXI
Nas comestíveis ervas é louvada
O Quiabo, O Jiló, os Maxixeres,
A Maniçoba peitoral prezada,
A Taioba agradável nos comeres:
O palmito de folha delicada,
E outras mil ervas, que usar quiseres
Acharás na opulenta natureza
Sempre com mimo preparada a mesa.
Santa Rita Durão
Análise
Acima encontramos estrofes de "Caramuru" (Poema épico do descobrimento da Bahia) que é o trabalho mais conhecido de Frei José. Essa obra é composta por 10 cantos, sendo esses divididos em estrofes que possuem 8 versos cada como podemos perceber.
A história se passa no momento em que os primeiros portugueses chegaram ao Brasil e travaram contato com os nativos: índios.
O enredo gira em torno do personagem Diogo Álvares que foi capturado juntamente com outros companheiros por uma tribo antropofágica. Porém, ao decorrer da história essa tribo é atacada por uma aldeia e Diogo se aproveita da situação, fazendo com que essa aldeia creia que ele é filho de um deus. Então ele deixa de ser prisioneiro, ganha a confiança da nova tribo, guerreia com ela e até mesmo consegue voltar a Europa para poder se casar com Paraguaçu, que era prometida a Gupeva, índio que lutou com Diogo contra a tribo que manteve o português como prisioneiro.
Características árcades nas estrofes:
Na primeira estrofe (XXIX), podemos perceber a referência feita aos valores da cultura grego-romana, em que relembra o deus do tempo, Saturno, cuja lenda diz que ele comia sua prole para que nenhum deles se tornasse deus dos deuses. O eu-lírico faz essa referência devido à antropofagia indígena.
Na segunda estrofe (XXIX), o eu-lírico ressalta a simplicidade dos índios que vivem em harmonia sem grandes bens materiais, que não sentem inveja de Diogo por ele possuir vários artefatos e outros bens. Creio que o eu-lírico sente admiração por esse povo ao dizer "Naçao feliz! que ignora o que é cobiça."
E na terceira estrofe (XXXI), notamos a valorização da natureza por conta da descrição das maravilhas naturais brasileiras.
Frei José nos mostra como o índio pode ser racionalizado, assim como aconteceu com Paraguaçu que mudou seu nome para Catarina, através da intervenção europeia, visto que não podemos nos esquecer de que o Arcadismo em si veio de um momento de mudanças como, por exemplo: a ascensão do iluminismo.
A história se passa no momento em que os primeiros portugueses chegaram ao Brasil e travaram contato com os nativos: índios.
O enredo gira em torno do personagem Diogo Álvares que foi capturado juntamente com outros companheiros por uma tribo antropofágica. Porém, ao decorrer da história essa tribo é atacada por uma aldeia e Diogo se aproveita da situação, fazendo com que essa aldeia creia que ele é filho de um deus. Então ele deixa de ser prisioneiro, ganha a confiança da nova tribo, guerreia com ela e até mesmo consegue voltar a Europa para poder se casar com Paraguaçu, que era prometida a Gupeva, índio que lutou com Diogo contra a tribo que manteve o português como prisioneiro.
Características árcades nas estrofes:
Na primeira estrofe (XXIX), podemos perceber a referência feita aos valores da cultura grego-romana, em que relembra o deus do tempo, Saturno, cuja lenda diz que ele comia sua prole para que nenhum deles se tornasse deus dos deuses. O eu-lírico faz essa referência devido à antropofagia indígena.
Na segunda estrofe (XXIX), o eu-lírico ressalta a simplicidade dos índios que vivem em harmonia sem grandes bens materiais, que não sentem inveja de Diogo por ele possuir vários artefatos e outros bens. Creio que o eu-lírico sente admiração por esse povo ao dizer "Naçao feliz! que ignora o que é cobiça."
E na terceira estrofe (XXXI), notamos a valorização da natureza por conta da descrição das maravilhas naturais brasileiras.
Frei José nos mostra como o índio pode ser racionalizado, assim como aconteceu com Paraguaçu que mudou seu nome para Catarina, através da intervenção europeia, visto que não podemos nos esquecer de que o Arcadismo em si veio de um momento de mudanças como, por exemplo: a ascensão do iluminismo.
Diana Simen de Freitas