Minha bela Marília, tudo passa;
A sorte deste mundo é mal segura;
Se vem depois dos males a ventura,
Vem depois dos prazeres a desgraça.
Então os mesmos Deuses
Sujeitos ao poder ímpio Fado:
Apolo já fugiu do Céu brilhante,
Já foi Pastor de gado. (...)
Que havemos de esperar, Marília bela ?
Que vão passando os florescentes dias ?
As glórias, que vêm tarde, já vêm frias;
E pode enfim mudar-se a nossa estrela.
Ah! não, minha Marília,
Aproveite-se o tempo, antes que faça
O estrago de roubar ao corpo as forças
E ao semblante a graça.
Tomás Antônio Gonzaga
Análise
Ao lermos a Lira XIV de Gonzaga, podemos perceber que o autor quer nos dizer que tudo passa, isso é mostrado em vários trechos, por exemplo: "Apolo já fugiu do Céu brilhante". Quando fala sobre Apolo, ele está re referindo ao Sol e quando diz que ele fugiu, está dizendo que o Sol já se pôs.
Também nesse poema, podemos destacar algumas características do Arcadismo como a inspiração grego-romana e a idealização da mulher amada.
Bruno Coutinho
Além da referência feita aos valores da cultura grego-romana como já citado na análise, podemos perceber claramente o carpe diem quando o eu-lírico reconhece que o tempo é passageiro, que a sorte vai e vem e que se deve aproveitar a vida enquanto é possível, e, sendo assim, convida a sua amada, Marília, a aproveitar o momento presente quando diz: "Aproveite-se o tempo, antes que faça
ResponderExcluirO estrago de roubar ao corpo as forças
E ao semblante a graça."
Outro detalhe interessante é o uso da linguagem simples, o eu-lírico é bem objetivo ao dizer tudo que queria para Marília.
Com essa Lira, podemos concluir que o autor vem nos dizer que muitas vezes nos preocupamos com o amanhã e nos esquecemos de viver o agora/presente, então creio que a intenção dele é nos dizer que devemos viver um dia de cada vez e aproveitar cada segundo da vida.
Verdade. Muitas vezes nos deparamos pensando mais no futuro do que no agora.
ExcluirAnalisando "Lira XIV", podemos perceber a presença do "carpe diem", que é a ideia de aproveitar o dia, já que tudo é tão instável. A "inutilia truncat" que se baseia na simplicidade e clareza do vocabulário. E o bucolismo, uma vida bela e simples no campo.
ResponderExcluirAlém disso, Gonzaga quer mostrar o quanto Dirceu (pseudônimo do autor) quer ficar com Marília e aproveitar a vida ao seu lado, sem se importar no que há de vir.
Achei muito bonito e interessante o texto e também gostei da análise.
ResponderExcluirNa 1° estrofe, o eu-lírico vem dizer que o destino humano é incerto, e até os próprios deuses estão sujeitos ao impiedoso destino. Ele usa como referência o deus grego Apolo (que foi exilado e teve que pastorear e conduzir os pastores), essa característica é típica do arcadismo.
Com o fluir do tempo, na última estrofe, surge a velhice, então o eu-lírico sugere a Marília que aproveitem a juventude antes que a velhice chegue e roube tudo: "...ao corpo as forças/ E ao semblante a graça."
Creio que Tomás Antônio Gonzaga, em todo o texto, passa a mensagem que enquanto nos preocupamos com o futuro, o presente passa despercebido.
Análise interessante,pois ao ler essa lira pude percebe que vivemos em um mundo que sempre estar em constante mudança.
ResponderExcluirAs características do arcadismo são muitos fortes e presentes nessa lira. A forte presença da associação à mitologia é uma das características mais marcantes em minha opinião. Isso faz com que seja construída uma ideia de que Marília é dona de uma perfeição inalcançável.
As características presentes são: o bucolismo que sempre está presente , mas dessa vez notei que não teve tanto ; o uso de pseudônimos, idealização da mulher amada; uma linguagem simples(em relação à época) e um retorno aos modelos clássicos da antiguidade greco-latina.
ResponderExcluirConcordo plenamente com a análise, pois ao ler a lira xiv de Gonzaga pode-se perceber que ele tenta nos passar que muitas das vezes ficamos preocupados e pensando no amanhã e esquecemos de viver o hoje, e que devemos dar valor ao que temos, pois tudo passa, tudo muda.
Podemos ver várias características do arcadismo presentes na lira, como a inspiração greco-romana e valores culturais. Outra coisa muito interessante é o uso da linguagem simples e objetiva.
"Viva o hoje, pois o amanhã é incerto."
Concordo com a análise,o poema de Gonzaga tem como assunto a inconstância do destino. A situação da lira reflete o quanto o autor queria aproveitar a vida ao lado da jovem e bela Marília, sua paixão, sua deusa. Diz sobre usufruir a juventude sem esperar pelo o que há de vir pela frente e o quanto poderiam ser felizes juntos, colocando em uso uma das características do arcadismo que é o carpe diem e outra que se refere ao deus Apolo colocando em evidência que o arcadismo destaca os tempos mitológicos da antiga Grécia. Se tem também a objetividade das palavras tirando o excesso de escrita (Inutilia truncat).
ResponderExcluirGostei muito, pessoal! Vocês são ótimos.
ResponderExcluir