O amor fino não busca causa nem fruto. Se amo, porque me amam, tem o amor causa; se amo, para que me amem, tem fruto: e amor fino não há-de ter porquê nem para quê. Se amo, porque me amam, é obrigação, faço o que devo: se amo, para que me amem, é negociação, busco o que desejo. Pois como há-de amar o amor para ser fino? Amo, quia amo; amo, ut amem: amo, porque amo, e amo para amar. Quem ama porque o amam é agradecido. quem ama, para que o amem, é interesseiro: quem ama, não porque o amam, nem para que o amem, só esse é fino.
Padre Antônio Vieira
Análise
O sermão "O amor fino" de Padre Antônio Vieira, fala sobre diversas maneiras de amarmos, citando algumas erradas, como podemos ver no seguinte trecho: "Se amo, porque me amam, é obrigação, faço o que devo". Porém, dessas formas há uma correta, como podemos ver no trecho: "... quem ama, não porque o amam, nem para que o amem, só esse é fino". Este sermão quer nos passar a ideia que devemos amar sem interesses, ou seja, devemos amar sem pedir nada em troca e nem obrigar que o(a) amado(a) te ame. Essa seria a ideia do o amor fino, o amor correto.
Além do mais, esse amor poderia ser direcionado ao amor de Jesus Cristo por nós, já que o objetivo do padre era clarear a mente confusa das pessoas deste período, o barroco com seus sermões.
Bruno Coutinho
Quando leio "O amor fino" de Padre Antônio Vieira, o que me chama mais atenção é o fato dele talvez representar o lado espiritual do barroco. Assim, o sermão poderia estar retratando "o amor fino" de Jesus por nós, apesar dEle não ser citado em momento algum.
ResponderExcluirSe realmente o autor quis passar essa mensagem, ela se encaixou perfeitamente no contexto vivido pelas pessoas daquela época, devido à todas aquelas dúvidas entre o céu e o mundo.
Desta maneira, concordo totalmente com a análise.
Gostei do seu comentário, Vinicius. Barroco, como sabemos, é de uma época bem conturbada por causa das Reformas e Contrarreformas. Interessante pensar que Padre Antônio tenha tido a intenção de associar esse amor puro como sendo o amor que Deus tem por nós, pois assim ele conseguiria convencer o povo a se manter fiel a Deus.
ExcluirEsse texto é bem interessante! Nele, pude perceber três formas de amor, que são: um amor puro, verdadeiro; um amor de negociação e um amor por obrigação. Penso que Padre Antônio tem a intenção de criticar as formas de amor por obrigação e negociação e nos incentiva a amar verdadeiramente quando diz que "O amor fino não busca causa nem fruto". Ele segue um raciocínio lógico ao falar sobre as formas de amor, que não são puras, quando diz "Se amo, porque me amam, é obrigação, faço o que devo: se amo, para que me amem, é negociação, busco o que desejo" utilizando-se do conceptismo. Creio que dessa forma ele consegue convencer e ensinar as pessoas sobre como devem amar.
ResponderExcluirO Sermão " O Amor Fino"-Padre Antônio Vieira , o autor define que esse amor é aquele que não é feito por interesse ou reação, mas apenas um sentimento que brota sem a necessidade de reciprocidade .
ResponderExcluirO amor fino é aquele que simplesmente existe sem explicação ou finalidade.
O texto fala sobre o amor e as formas de se amar. Também diz que o termo Amor é só aquele que é verdadeiro. Esse trecho do sermão de Vieira mostra o outro lado do barroco, o espiritual. Traz a nossa mente a beleza do amor, dá a entender que devemos amar sem medo algum de sermos julgados.
ResponderExcluirNo sermão, padre Antônio fala sobre diferentes tipos de amor. Passa a mensagem de que não devemos amar por obrigação ou negociação, mas viver o amor fino, que seria o puro e verdadeiro.
ResponderExcluirO autor faz uso do conceptismo, importante traço barroco, para o convencimento dos leitores.
Neste pequeno trecho do sermão cita as diferentes formas de amar, a beleza do amor fino (amor puro) que não é necessário dar nem receber, só amar e os outros tipos de amores que são os de obrigação e negociação, acho isso muito errado, não se deve amar ninguém por obrigação ou amar para ser amado. Padre Antonio Vieira destaca isso muito bem e colocando o conceptismo neste sermão uma das características do barroco.
ResponderExcluirComo é bom ler o blog de vocês! Estão cada dia melhores. Só uma dica: quando falarem sobre o conceptismo, tentem mostrar como ele ocorre no texto. Parabéns, pessoal!
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