Triste Bahia! Ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
Rica te vi eu já, a tu mi abundante.
A ti trocou-te a máquina mercante,
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando, e tem trocado,
Tanto negócio e tanto negociante.
Deste em dar tanto açúcar excelente
Pelas drogas inúteis, que abelhuda
Simples aceitas do sagaz Brichote.
Oh se quisera Deus que de repente
Um dia amanheceras tão sisuda
Que fora de algodão o teu capote!
Gregório de Matos
Análise
O soneto de Gregório de Matos chamado "Triste Bahia" apresenta dois quartetos e dois tercetos, uma característica presente nas obras barrocas.
O poema faz uma crítica à degradação moral e econômica na qual a Bahia se encontrava naquela época.
Enquanto os ladrões e comerciantes eram os detentores do poder político e econômico, os trabalhadores encontravam-se na intensa pobreza.
Como na música de Caetano Veloso -Triste Bahia-, inicia-se com versos de críticas à Bahia, mesmo em épocas diferentes.
Caio Eiras
Concordo com a análise escrita a partir do poema "Triste Bahia".
ResponderExcluirNele, podemos perceber que Gregório de Matos faz uma crítica principalmente à economia baiana, que no período estava em má condições. O autor até chega a compará-la com antes, dizendo que o estado já esteve melhor.
"Triste Bahia" também apresenta características fortes do barroco, como a estrutura, as antíteses, o hipérbato e a maior busca possível pela linguagem culta.
Bem interessante a escrita deste soneto. Nele, Gregório lamenta a situação econômica que sua cidade (Bahia) se encontra, uma hora rica e depois pobre... isto por causa dela se dar ao brichote (estrangeiro). Este soneto foi uma forma usada para chamar a atenção do povo baiano a refletir sobre os sistemas estrangeiros, que visavam enriquecer-se apenas, levando a grande Bahia a uma condição de miséria.
ResponderExcluirConcordo com sua análise feita a partir da leitora do poema "Triste Bahia"-Gregório de Matos.
ResponderExcluirNo poema, Gregório de Matos retrata com tristeza o estado que se estava a Bahia naquela época, em que se encontrava em uma degradação econômica e moral.
Com o título do poema "Triste Bahia" já se percebe que algo estava errado na Bahia, pois quando se fala em Bahia já vem na mente um local bonito, alegre e cheio de felicidade.
Na minha opinião Gregório de Matos fez esse poema para nos mostrar a tristeza que se encontrava a Bahia naquela época.
Concordo com a análise feita do poema "Triste Bahia"-Gregório de Matos.
ResponderExcluirApresenta uma crítica feita á época em que a Bahia se encontrava, a qual estava passando por um momento ruim moralmente. Os burgueses detinham o poder e ela estava se tornando um lugar desumilde, já não era a cidade que estava acostumada, um lugar que trocou a abundância pela riqueza.Clama também para que ela volte a ser o que era antes.
Por meio desse texto pode-se perceber o amor que Gregório tinha pela sua cidade de origem e a vontade de vê-la novamente com era antes.
Boa análise!
ResponderExcluirO soneto traz características marcantes do período barroco, como a estrutura - dois quartetos e dois tercetos - e também o cultismo, com o uso aparente das figuras de linguagem como hipérbato e antítese, e a obsessão pela linguagem culta.
No poema o autor transmite a decadente situação econômica e social da Bahia em certo momento. Na última estrofe, observa-se que o eu-lírico tem esperança de que um dia a Bahia volte a ser como era antes.
Absorvi o que foi dito por Caio e concordo com o que foi explícito sobre o soneto, neste tempo Bahia passava por problemas econômicos que Gregório criticamente destacava mas ele tinha ainda esperança de que a Bahia tornasse algo melhor o dando orgulho.
ResponderExcluirPessoal, estou gostando muito das interpretações. Vocês estão citando as características barrocas presentes no texto. Mas não basta citá-las, é preciso apontar onde elas aparecem e explicá-las.
ResponderExcluir